sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Portimão - Rasmalho

Flor da Adelfa - Fóia - Monchique
Acaba-se o Verão, começam as caminhadas...

P'ra começar a estação
do Outono em caminhada
em fase de adaptação
saímos de madrugada

de madrugada não digo
talvez seja exagero
pelas nove horas, desdigo
partimos do ponto zero

em questão de meia hora
saíramos da cidade
e pelos campos afora
seguimos em liberdade

Passámos pelo Belmonte
mais à frente era o Morgado
e nem sequer uma fonte
naquele sítio danado


Flor da Adelfa - Fóia - Monchique


atingimos a barragem
levantaram-se alguns patos
cágados entre a folhagem
e achigãs timoratos

eram horas de descanso
repor alguma energia
nesse local de remanso
um mundo de fantasia

passados breves momentos
voltámos à realidade
deixámos o nosso assento
e seguimos à vontade

p'la Ribeira de Monchique
na sua margem direita
quem quiser que verifique
no local onde ela estreita


Flor da Adelfa - Fóia - Monchique


quisemos atravessar
até ao Porto de Lagos
mas nesse mesmo lugar
quase que ficámos gagos

onde havia um caminho
já não se pode passar
digo, redigo e sublinho
viver nisto é um azar

põem sebes, põem redes
arame farpado e tudo
até algumas paredes
isto parece um entrudo

lá arranjámos maneira
de seguir outra vereda
dissemos, por brincadeira
vamos por esta alameda


Flor da Adelfa - Fóia - Monchique


ainda tivemos lugar
para ver uma perdiz
garças brancas a voar
frente ao nosso nariz

num barranco mais à frente
com fartura de marmelos
a romãs passámos rente
outros frutos já nem vê-los

entretanto, o sol desceu
a tarde chegou ao fim
não era desejo meu
mas voltaram-se p'ra mim

são horas de recolher
terminar este passeio
haveremos de fazer
muitos mais, assim o creio



MaD

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Passeio na Fóia

Flor da Adelfa - Fóia - Monchique
Em Maio, há adelfas floridas na Fóia...

Fomos passear na Fóia
com uns quantos professores
naquilo que é uma jóia
a Serra dos meus amores

no meio do nevoeiro
começámos a andar
vento norte, que barbeiro!
ia tudo a tiritar

ao descer ao Maçartal
ficámos mais protegidos
do vento, num chaparral
embora ainda encolhidos

encontrámos albardeiras
rosas de rara beleza
e algumas adelfeiras
um brinde da natureza

subimos ao lado norte
atravessando uma mata
descemos ao Barbelote
até ao pé da cascata

para grande espanto deles
surge uma escolopendra
uma centopeia reles
que o seu ninho engendra

a alclara-piadeira
também por lá aparece
preta, nervosa e rasteira
que quase ninguém conhece

só estes dois animais
nos provocam arrepios
se se vissem muitos mais
imaginem os calafrios

resolvemos vir p'ra cima
antes comemos a bucha
porque ninguém subestima
o que a subida puxa

na Foz da Moita alguns
mostravam-se fatigados
ouvi por lá uns zunzuns
que estariam derreados

não me enganei, não senhor
pois logo ao pé da barragem
faziam um tal clamor
que não seguimos viagem

dali voltámos ao carro
foi o final do passeio
um revés assaz bizarro
por desistirmos a meio

mas não se fiquem a rir
que não é caso p'ra isso
ainda estava p'ra vir
muito pão, vinho e chouriço

era o que tinham lá
entre outras iguarias
uma vasilha com chá
variadas doçarias

para melhor terminar
em piquenique esse dia
às Caldas fomos parar
numa alegre romaria

faltava ainda ir
visitar um bom amigo
à Porca Preta a seguir
foram quase de castigo

mas ninguém ficou lesado
no caminho tive um clique
vimos já classificado
um Carvalho de Monchique

Aí terminou o dia
que tinha sido de arrasa
repleto de alegria
voltei para minha casa


MaD

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Monte Clérigo - Vale Figueira

Caminhada da Praia de Monte Clérigo à Praia de Vale Figueira
Não é fácil caminhar na Costa Vicentina...

Na praia da costa norte
Monte Clérigo chamada
partimos em passo forte
p'ra mais uma caminhada

era um dia soalheiro
corria uma leve brisa
vinda do mar prazenteiro
que quase nos hipnotiza

foi mesmo na hora exacta
estava tudo a florir
até uma rola acrobata
passou por nós a curtir

chegados a um barranco
fui comer qualquer coisinha
duma pedra fiz um banco
para tal quem não alinha?

Na praia da Arrifana
passámos p'lo areal
uma estrangeira magana
quase nua integral

subimos a muito custo
pela encosta escarpada
se não agarro um arbusto
tinha dado uma guinada

perto, a pedra da agulha
onde de águia imperial
a gente ainda se orgulha
nidificava um casal

morreram sem perceber
o porquê de tanto mal
não mais se voltou a ver
essa ave em Portugal

numa charca alagada
saltam as rãs aos punhados
uma cobra de água nada
e peixes muito enfezados

no vale, em baixo, a aflorar
uma cegonha em bom estado
não das que voam no ar
é engenho abandonado

servia p'ra tirar água
dum poço ou de uma nora
não é sem alguma mágoa
que vos falo nisto agora

mas deixemos a saudade
do que havia antigamente
que a nossa finalidade
era algo diferente

p'ra chegarmos ao final
deste dia de canseira
só faltava atravessar
a praia de Vale Figueira

segui bem determinado
até avistar o monte
com o carro estacionado
na linha do horizonte


MaD

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Silves - Messines

Caminhada de Silves a Messines
Dá gosto caminhar nas margens da Barragem do Funcho...

Três dias na companhia
da Via Algarviana
na terceira travessia
desta região serrana

viemos de Bensafrim
passámos Fóia e Picota
chegámos ao Enxerim
seguindo a nossa rota

tivemos que interromper
por razões particulares
voltámos a aparecer
com corda nos calcanhares

mas já não fomos a tempo
de seguir com a outra malta
sózinhos mas com alento
sentimos a sua falta

com Silves lá bem atrás
temos Messines na mira
numa jornada fugaz
que até parece mentira

amigos da Algarviana
seguimos o vosso passo
não foi por falta de gana
ou mesmo até por cansaço

nós não vos acompanhamos
durante todo o caminho
pois este ano ainda vamos
até ao país vizinho

iremos a Santiago
em busca da Compostela
e quero ver se a trago
com a máxima cautela

parabéns aos que chegaram
de Sagres a Alcoutim
catorze dias levaram
em esforço até ao fim

MaD

terça-feira, 30 de março de 2010

Ribeira de Odelouca

Caminhada na Ribeira de Odelouca
Na Ribeira de Odelouca também há flores bonitas...

Num Domingo soalheiro
porém um pouco instável
começámos num carreiro
em convivência amigável

p'la Ribeira de Odelouca
na sua margem direita
pensando fazer uma troca
onde ela é mais estreita

mas a água era tanta
que passar pr' ô outro lado
mesmo p'ra quem se agiganta
nem a pé e nem a nado

P'ra ver a profundidade
do caudal que o rio tinha
com alguma habilidade
meti lá uma varinha

escorregou-me uma bota
foi a perna até ao fundo
todos fizeram risota
quase ia pr' ô outro mundo

depois daquela gracinha
passámos por laranjais
pocilgas e boa vinha
e também por animais

eram vacas, eram cães
cabras, perdizes e garças
um casal de alemães
seguiu-se então uma farsa

havia tangerineiras
carregadas de bons frutos
que algumas caminheiras
apanharam em minutos

soou um forte trovão
ameaçando borrasca
corremos p'lo alcatrão
em direcção a uma tasca

não foi preciso entrar
era trovoada seca
persistimos em andar
até ao fim da charneca

voltámos então p'ra casa
mais um passeio acabado
onde a gente extravasa
o 'stress' acumulado

MaD

quinta-feira, 11 de março de 2010

Monchique - Picota - Monchique - 07-03-2010

Caminhada Monchique - Picota - Monchique
Na Ribeira do Ambrósio encontrámos umas cabrinhas...

Nesta Feira dos Enchidos
uma volta fomos dar
pelo Ambrósio metidos
num carreiro singular

Vimos cabras p'lo caminho
e o seu pastor dedicado
assobiando baixinho
levando-as pr'ô outro lado

Seguimos pelo Boião
atravessando a ribeira
subimos em procissão
à Bemposta soalheira

Um dia de chuva incerta
quis o destino malvado
via-se a Vila encoberta
num nevoeiro cerrado

Pelo que fomos embora
sempre subindo, afinal
chegamos em meia hora
ao Poio do Medronhal

E com grande espanto nosso
um sítio, antes, tão belo
um estrangeiro ensosso
transformou num pesadelo

O que já foi uma mata
de medronho e eucaliptal
é uma casa caricata
muro e portão de metal

Sempre em frente é nosso lema
atingimos a Picota
tão bela como um poema
cruzando a nossa rota

Já na descida de volta
p'ra muito nos alegrar
vimos animais à solta
e águias a namorar

Na nossa vila serrana
famintos mas destemidos
fomos comer uma bifana
à tal Feira dos Enchidos

Assim foi o nosso dia
podem mesmo acreditar
cansados mas em folia
voltámos ao nosso lar

MaD

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Caminhadas Aventura

Grupo Caminhadas Aventura
Grupo Caminhadas Aventura

Nasce o sol começa o dia
Da aurora ao pôr do sol
Numa louca correria
Caminhamos sem controle

Todo o santo dia andamos
Em busca não sei do quê
Ao lusco-fusco paramos
Só porque já não se vê

Às costas uma mochila
Na cabeça um abeirão
Assim a gente desfila
Rojando as botas p'lo chão

Óculos escuros na testa
Prevenindo a soalheira
Para todos é uma festa
Faz-se grande barulheira

Com várias léguas no papo
Suando por todo o lado
Roupa feita num farrapo
Respirar acelerado

Chegamos ao fim do dia
Ao almejado destino
Exaustos pela folia
De sorriso cristalino

E se é dos tais sedentários
Com colesterol e tensão
Faça um percurso, há vários
Por entre a vegetação

Verá que rapidamente
Dos males que ainda tem
Duma forma consequente
Deixará de ser refém

MaD